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HISTÓRIA DA PORFIRIA

História da porfiria

Hipócrates relatou o caso de uma jovem da ilha grega de Thásos. Ela tinha sintomas neurológicos e psiquiátricos, crises convulsivas, sensação de terror, diminuição do nível de consciência, lipotimia, febre, e eliminação de urina escurecida, pouco antes da menstruação, seguidos de remissão completa e espontânea do quadro após três dias.

A porfiria passou a ser conhecida bem mais tarde... Uma epidemia de porfirinúria, na Europa, na década de 1890 estimulou os estudos clínicos de porfiria. Essa epidemia aconteceu após a introdução do de Sulfonal (sulfonmethane) como hipnótico.


Resumo da história da Porfiria conforme site da Fundação Americana de Porfiria http://www.porphyriafoundation.com/about-porphyria/history-of-porphyria em 13/12/2012  

1841. O termo Porfirina vem da palavra grega, porphyrus, o que significa vermelho-púrpura. Pensou-se que a cor avermelhada do sangue vinha do ferro, mas foi provado que não.  

1844. Gerardus Johannes Mulder determinou a composição química desta substancia púrpura, que ele chamou de "hematina".  

1867. J. L. W. Thudichum descreveu a beleza do espectro e fluorescência das porfirinas

1871. Felix Hoppe-Seyler cristalizou a hematina e descreveu seu espectro. Demonstrou que essa forma cristalina difere de uma espécie animal para outra. Ele renomeou como 'hematoporfirina' o ferro livre hematina.

1874. Dr. J H Schultz descreveu o caso de um tecelão de 33 anos de idade que sofria de sensibilidade da pele, aumento do baço e urina avermelhada, desde que era um bebê. Ele chamou essa condição de hanseníase pempigus. Essa foi provavelmente a primeira descrição de Protoporfiria. 

 

1874. A Porfiria foi explicada bioquimicamente por Felix Hoppe-Seyler, sendo a primeira descrição da Porfiria feita nesse mesmo ano pelo médico alemão Dr. Schultz.
 
1880. MacMunn descreveu a urina escura avermelhada de um paciente com sintomas de porfiria aguda.

1888. Após ter sido introduzido o Sulphonal como hipnótico, Joseph Stokvis teve uma paciente que, depois de tomar a droga, excretava urina escura avermelhada típica de porfiria. A paciente então teve paralia e morreu. Stokvis deduziu que o pigmento na urina dela era hematoporfirina.  
   
1889. B. J. Stokvis publicou o primeiro caso e descrição clínica de porfiria hepática aguda.

 

1890. George Harley (1829-1896) estudou um paciente de 27 anos de idade, que depois de tomar Sulphonal excretava urina avermelhada e apresentava um "distúrbio nervoso incomum”. 

 

1898. T. McCall Anderson descreveu dois irmãos que tinham erupções, queimação e prurido (em áreas expostas) tão graves que perderam parte de suas orelhas e nariz. Eles excretavam urina escura. 

 

1898. Alfred F. Harris demonstrou que a urina dos dois irmãos continha hematoporfirina.  

 

1906. Dr. Max Dobrschansky descreveu o primeiro caso de porfiria aguda depois que um paciente usou barbitúrico.  

 

1911. H. Gunther classificou as porfirias, incluindo a porfiria eritropoiética congênita, a mais rara, que ele chamou de hepatoporfiria congênita.

1913. Dr. Friedrich Meyer Betz injetou em si próprio Hematoporfirinas para determinar o impacto fotodinâmico. Em seguida, se expôs ao sol e o efeito da fotosensibilização foi extremamente doloroso, perdurando por vários meses. 

1915. Hans Fischer estudou um dos pacientes do Dr. H. Gunther, com Porfiria Eritropoética Congênita. A partir desses dados teve uma visão significativa da química das porfirinas. Verificando que Uroporfirinas e Coproporfirinas eram diferentes, sugeriu que o prefixo (hemato) das Hematoporfirinas fosse descartado.

1923. A. E. Garrod em seu manuscrito “Erros Inatos do Metabolismo” reconheceu que a “hematoporfiria” era um problema metabólico hereditário. A Porfiria Eritropoética foi identificada, e foi a primeira vez que o termo "erros inatos de metabolismo" foi utilizado para um grupo de doenças metabólicas hereditárias.

 

1930. Hans Fischer ganhou o Premio Nobel com a descrição do heme.

1937. Na Suécia publicação dos achados do Dr. Waldenstrom sobre a PAI.

1937. Dr. Jan G. Waldenstrom sugeriu que as doenças do metabolismo das porfirinas deveriam ser denominadas Porfirias em vez de Hematoporfirias. 

Usando o reagente aldeído de Paul Ehrlich, Waldenstorm identificou 103 pacientes com porfiria aguda, testando a sua urina e observando a cor vermelha. Descobriu que os familiares assintomáticos desses pacientes também tinham a mesma reação se ingerissem, mesmo em pequenas quantidades, barbitúricos e sulphonal.

 
1949. Dr. Cecil J. Watson identificou casos em que havia quantidades excessivas de coproporfirinas nas fezes e urina e sugeriu que isso fora causado por um erro inato do metabolismo. Continuando sua pesquisa nos Estados Unidos, ele e o Dr. Samuel Schwartz descobriram um teste fundamental, "Watson-Schwartz".  

 
1954. R. Schmid, Samuel Schwartz e Cecil. J. Watson classificaram as porfírias de acordo com o teor de porfirinas na medula óssea e fígado.


1955. A. Goldberg e H. Berger mostraram que pessoas com excesso de coproporfirina tinham outra forma hereditária de porfiria, que eles chamaram de coproporfiria hereditária. A coproporfiria hereditária é uma forma autossômica dominante de porfiria hepática, muito semelhante à porfiria aguda intermitente, exceto pelo fato que alguns pacientes desenvolvem também fotossensibilidade na pele.
 

1960. Início da pesquisa da Porfiria na Europa e Estados Unidos e identificação do ALA e PBG.
 
1961. Heinrich Gustav Magnus descreveu a Protoporfiria eritropoiética (PPE) como uma doença genética decorrente da atividade deficiente de ferroquelatase, que é o quem adiciona ferro à protoporfirina para formar o heme.

 

1970-2011. Os drs. Anderson, Desnick, Bissell, Bloomer, Bonkovsky, Bottomley, Dailey, Galbraith, Kappas, Kreimer-Birnbaum, Kushner, Lamon, Levere, Levine, Mathews-Roth, McDonaugh, Nichols, Peters, Sinclair, Pimstone, Pierach, Poh- Fitzpatrick, Sassa, Shedlofsky, Schmid, Sassa, Tishler, Tschudy, Watson, Phillips e muitos outros tem promovido pesquisas sobre porfiria e com isso melhorado a saúde de todos nós que temos porfiria. Temos para com todas estas pessoas uma dívida muito grande. Devemos a elas incomensuráveis agradecimentos. 

 

1989. As técnicas da biologia molecular começam a ser usadas para identificar as mutações responsáveis pelas porfirias.  
 

2008-2011. Foi criado pela Fundação Americana de Porfiria, o programa “Protegendo nosso Futuro” para treinar a próxima geração de especialistas em porfirias. Agradecemos também os mais novos peritos: drs. Manisha Balwani, Lawrence Lui, Gagen Sood, Manish Thapar, Bradley Freilich, Charles Lourenço, Brenden McGuire, Bruce Wang, Majid Rizk, Guiherme Perini, Jennifer Guy, Jeffery Wickliffe, Aswani Singal, Sajid Mittal, Charles Parker.  

Acrescentamos ao grupo da nova geração de especialistas em porfirias, a Dra. Maria Angelica de F. D. de Lima, que assim como o Dr. Charles Marques Lourenço e Dr. Guilherme Fleury Perini são brasileiros e conselheiros da ABRAPO.

O Primeiro protocolo para tratamento com geneterapia foi aprovado nos Estados Unidos em 1990, seguido pela França em 2000, e pela Itália em 2002.

Desde 2007, médicos do Centro de Investigação Médica Aplicada da Universidade de Navarra na Espanha, desenvolvem terapia gênica para tratar a Porfiria Aguda Intermitente. 

Geneterapia

Com a colaboração do Laboratório Amsterdam Molecular Therapeutics B.V o desenvolvimento da gene terapia para PAI tem progredido. O programa está agora introduzindo estudos toxicológicos e a fase I/II do estudo (em humanos) está agendada para começar em 2012.
 

Em 2010 o Centro para Cooperação e Pesquisa em Biociencia de Biscaia - Espanha, patenteou um sistema de terapia molecular para Porfiria Eritropoética Congenita, ou Doença de Gunter.

Vampiros e lobisomens

Veja também a matéria da revista Ciência Hoje, ano 24 / n. 228 / outubro de 2001.

Portadores de porfiria famosos

Relatos médicos de época, diários, cartas e outros documentos particulares e públicos, possibilitaram “pós diagnósticos” de porfiria nas famílias reais escocesa, inglesa, portuguesa entre outras; o pós diagnóstico de Van Gogh; a exumação de Francisco da Silva Lisboa, o Aleijadinho.

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